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Passeio de bicicleta pela ecopista de Évora

Aproveitámos a pausa da Páscoa para ir dar um passeio de bicicleta pela ecopista de Évora:

A equipa desta escapadinha era pequena (e boa!), 3 adultos, 2 crianças (8 e 11 anos) e 1 cão.

Porquê Évora para uma ciclo-escapadinha?

Queríamos ir conhecer mais uma ecopista (porque é sempre fixe, claro, e também para a incluir num dos passeios da Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal), e a escolha recaíu sobre a de Évora porque:

Assim conseguimos um bom equilíbrio entre tempo e custo de deslocação e tempo de usufruto no local, para um orçamento de 3 dias.

A viagem de comboio

Para nós a viagem começou em Santa Apolónia, onde apanhámos um Urbano para a estação de Oriente – o bilhete do Intercidades permite fazer esta viagem gratuitamente por isso comprámos logo os bilhetes em Santa Apolónia.

A linha do Intercidades para Évora não tem ganchos para levar as bicicletas, pelo que tivémos que semi-desmontá-las e embalá-las (como fizémos na viagem para a ecopista do Dão). Isto acrescenta mais uns 45 min de preparação descontraída (30 a acelerar!) para embarcar e depois, uma vez desembarcados, outros 45 min para zarpar.

Para a próxima perguntaremos ao revisor se podemos pô-las na carruagem-bar, desactivada nesta linha, assim poupamos hora e meia de descarrega-desmonta-embala-desembala-monta-carrega – grande dica (a posteriori!) do Gonçalo P. da Cicloriente).

A estadia em Évora

Em Évora, e depois da tal logística, arrancámos da estação para o parque de campismo, onde montámos campo e almoçámos. Depois de uma soneca fomos dar uma volta pela cidade, e passar no supermercado a abastecermo-nos do que faltava.

No dia seguinte, levantámo-nos nas calmas e arrancámos para um passeio pela ecopista.  A entrada da ecopista é super-discreta, e não digo isto como um elogio, aquilo merecia um pouco mais de destaque!

Passeio de bicicleta pela ecopista de Évora

A primeira parte, mais na malha urbana, é pavimentada. Depois entramos no campo! 🙂 É aqui que começamos a ter a ecopista só para nós. Pelo caminho encontrámos cavalos, ovelhas e vacas.

Parámos para almoçar quando encontrámos um sítio à sombra e com espaço para estendermos as mantas. Isto é algo que poderia ser melhorado, haver espaços para descansar, à sombra, a intervalos regulares, e devidamente mapeados. Depois voltámos para trás, para garantir que toda a gente do grupo tinha energia para voltar à base. 😉 Ficou muita ecopista por conhecer, dá para encher outra visita.

No dia seguinte ficámos pelo parque de campismo, na piscina, a ler, a brincar, e a levantar e arrumar o estaminé para arrancarmos no comboio das 17h.

O equipamento

O Bruno levou a Surly LHT em vez da Big Dummy porque esta última não caberia no Intercidades. Assim, o transporte da Mutthilda foi novamente o cesto (ela parece dar-se melhor com a caixa transportadora presa ao deck da longtail, mas temos que nos adaptar!). Eu levei a minha LHT também, e experimentei um novo suporte dianteiro, mas o júri ainda está em deliberação – o lowrider é capaz de ser melhor para esta aplicação, peso fica mais em baixo e isso pareceu fazer diferença. O Rui levou a Dahon (dobrável) com o atrelado/trolley Burley Travoy para a carga, o que permitiu levar o equipamento e bagagem de toda a gente numa só carruagem do comboio.

Correu tudo lindamente, apanhámos um tempo fantástico, a ecopista valeu bem o dia. Foi uma bela escapadinha!

Todas as fotos aqui.

Bike tour familiar nos santos

Em Lisboa a semana do 10 e 13 de Junho costuma ser um bocado parada, óptima para umas mini-férias. Este ano desafiámos uns amigos para uma escapadinha de 3 dias, com bicicleta e campismo. Inicialmente estava pensada para ser mais épica, mais famílias, mais quilómetros, acabou por ser uma coisa mais modesta, mas fixe à mesma. 🙂

Encontrámo-nos todos em Santa Apolónia e partimos num comboio à hora de almoço do dia 10, 6ª-feira, num comboio Regional rumo a Santarém.

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

A CP tem percorrido um longo caminho rumo a servir os clientes que pretendem conjugar a bicicleta com o comboio para evitar o automóvel, está muiiito melhor, mas ainda há espaço para melhorar. Por exemplo, podiam tornar esta área das carruagens mais amigável para quem se desloca com “cenas” (cadeiras de rodas, carrinhos de bebé, pranchas de surf, bicicletas, malões, etc), principalmente em grupo, reorganizando o espaço e os assentos, de forma a permitir moldar melhor o espaço a diferentes necessidades. Convertendo mais assentos normais em rebatíveis, por exemplo, seria um primeiro passo muito simples.

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Chegados a Santarém, fomos ver as vistas (o que implicou subir e bem) e piquenicar no Jardim das Portas do Sol, aproveitando para gravar uma saudação para o 1º CycleHack Lisboa que estávamos na altura a organizar.

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Depois pedalámos durante 1 hora até ao parque de campismo de Alpiarça, a 13 Km de distância.

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

O parque (e a zona) foi escolhido porque é dos poucos que admite animais, e a Mutthilda não podia ser deixada em casa e perder a festa, claro.

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

O acampamento:

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

O parque era simples, mas simpático de atmosfera e de staff. Tinha pouca gente, e a Mutthilda e os miúdos andavam por ali à vontade. No segundo dia ficámos por lá, deitados nas mantas e também a curtir a piscina, que soube muito bem dado o calor que estava.

Ao terceiro dia, e depois de mais um mergulho na piscina para arrefecer, e um almoço meio improvisado no restaurante do parque (já referi que foram bastante simpáticos?), fizémo-nos à estrada para regressar a Santarém e panhar o Regional de volta a Lisboa.

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Optámos por sair no Oriente, e depois de andarmos a acartar bicicletas e atrelados por elevadores, escadas rolantes e escadas das outras, duas das famílias ainda se puseram a pedalar mais uns quilómetros e subir até ao [agora antigo] atelier da Cenas a Pedal para,… hmm, cenas.

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Depois nós seguimos para casa, e o Bruno & família ainda continuaram, de carro, para Torres Vedras. A multimodalidade ilustrada. 🙂

Nesta viagem éramos 5 adultos, 4 crianças e 1 cão, em 5 bicicletas normais, 1 longtail, 1 tandem e 1 atrelado. Digamos que não passámos despercebidos em lado nenhum:

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Mini Bike Tour Santos 2016 | Alpiarça

Não é preciso muito para criar um fim-de-semana memorável. 🙂 Nomeadamente para quem faz questão de incluir os companheiros de 4 patas nas suas excursões, este é um programa compatível.

Microaventura na Ecopista do Dão

São cerca de 3 horas de viagem de comboio entre as estações de Santa Apolónia, em Lisboa, e Santa Comba Dão, no Vimieiro, no Intercidades. Óptimo para pôr coisas em dia: leitura, pensar na vida, conversas. E assim nos pomos no Km 47.5 da famosa ecopista do Dão.

A última vez que lá estivémos foi em 2008, no  I Fórum Técnico Regional sobre Ecopistas e Corredores Verdes, e nessa ocasião percorremos os (apenas) 8 Km que já existiam na altura, a partir de Viseu. Entretanto a ecopista cresceu, estendendo-se por Tondela e Santa Comba Dão – a cor do piso marca o concelho.

O que é uma ecopista?

É um antigo canal ferroviário transformado numa via exclusiva para peões e velocípedes com um número muito reduzido de cruzamentos com vias com trânsito automóvel. Foi uma forma de a REFER manter os canais desimpedidos, dificultando a apropriação indevida de espaços pelos proprietários dos terrenos adjacentes às linhas, e ao mesmo tempo as freguesias e municípios conseguiram uma nova infraestrutura de mobilidade, lazer, desporto e turismo.

Uma ecopista é a 2ª melhor coisa que se pode ter nestes canais. Infelizmente a 1ª coisa – linhas de comboio funcionais – foram morrendo e/ou sendo dizimadas por décadas de planeamento de território baseado em mobilidade automóvel e autoestradas… Haverão em Portugal cerca de 700 Km de vias ferroviárias desactivadas passíveis de serem convertidas em ecopistas.

O que tem de especial a ecopista do Dão?

Hoje em dia já há uma série de ecopistas pelo país (este site faz um excelente trabalho a compilar estas e outras infraestruturas do género). Mau sinal (de que estão a matar a mobilidade em comboio), por um lado, mas bom sinal (de que estão a criar algo positivo a partir daí), por outro.

Considerando a distância de Lisboa, e o peso da deslocação em qualquer plano de touring em ecopistas (em termos de despesas de transporte e de gasto de tempo), a ecopista do Dão oferece 4 coisas muito diferenciadoras:

  • é directamente acessível de comboio (e a ligação é directa, sem transbordos)
  • tem uma extensão que já enche um dia ou dois de passeio (47.5 Km, ou o dobro se fizermos ida & volta)
  • o piso é todo em betuminoso
  • and last but not least, as paisagens envolventes são lindíssimas, nomeadamente nos troços de Tondela e Santa Comba Dão

Além de alguma necessidade de manutenção do pavimento, a única coisa de monta a apontar é mesmo a ligação entre a plataforma da estação de Santa Comba Dão e o início da ecopista.

Um degrau, uma descida inclinada em terra e pedras soltas… Parece uma anedota, tal a dissonância que gera com o resto:

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De resto, claro que há espaço para melhorar, nomeadamente em termos de sinaléctica e informação para convidar os visitantes a saírem da ecopista em algumas zonas e explorarem as localidades próximas. Sem info não nos arriscamos, não sabemos se vale a pena. Há uns totens mas nem sei se funcionam, parece degradados. Bastavam uns sinais old school, umas placas (“cena-interessante-xpto a 500 mts”, “acesso à ecopista a tantos m, no final da plataforma da estação”, etc).

Levar as bicicletas no comboio

A linha de Intercidades da Beira Alta não permite o transporte de bicicleta sem ser desmontada e embalada, mas cada uma das 3 carruagens de 2ª classe que as composições costumam ter, acomoda 2-3 bicicletas convencionais apenas ligeiramente desmontadas (roda da frente e pedais removidos, e guiador virado), arrumadas ao alto. Assim:

O transporte das bicicletas, desde que cumpridas as regras, é permitido e gratuito. Esta linha, tal como a do Algarve, não está equipada com suportes para transportar as bicicletas – montadas – na vertical, num espaço próprio, por isso temos que fazer isto:

Manga plástica (seria melhor se fosse preta / opaca, mas não havia), fita cola, e umas Rok-Straps.

Obviamente que é muito menos stressante se conseguirmos entrar na estação de partida (temos muito tempo para nos deslocarmos para a nossa carruagem e confirmar onde temos espaço para arrumar as bicicletas).

Um bilhete de ida e volta em 2ª classe, comprado com antecedência pode ficar em apenas 18 €. A carruagem mais vazia e com menos tráfego é a 23, a última/primeira. A carruagem 21 é a que pega com a carruagem-bar. Desde que não deixemos coisas de valor fáceis de levar nos bancos, dá para nos afastarmos para ir tomar um café. 🙂

EDIT de 7/4/2017 | dica do João Barreto, para contornar o Intercidades Lisboa – Santa Comba Dão sem ganchos paraas bicicletas: apanhar o Intercidades Lisboa – Coimbra (com ganchos) e depois o Regional Coimbra – Santa Comba Dão (não é preciso desmontar a bicicleta, não é possível reservar lugar mas não costuma ter muita gente de qualquer modo). O tempo de viagem e o preço fica ela por ela.

As paisagens

De Santa Comba Dão para Viseu a ecopista é essencialmente a subir. O gradiente é ligeiro, mas constante, e ao fim de quase 50 Km pesa bem nas pernas! Soube muito bem fazer depois o caminho inverso a descer. 🙂

As fotos não fazem justiça. Têm que lá ir!

A microaventura

Juntando o útil ao agradável, juntámos ao passeio pela ecopista uma dormida em wild camping, para cobrir a nossa microaventura de Outubro. Já sol posto, quase totalmente escuro, metemo-nos por um caminho a partir da ecopista e montámos o estaminé no meio dos eucaliptos para pernoitarmos, sabendo que iria chover (daí o uso da tarpa por cima da tenda e das bicicletas).

pernoita no eucaliptal

pernoita no eucaliptal

Correu tudo lindamente. E, claro, deixámos o espaço como o encontrámos: limpo e preservado!


Adorámos a ecopista do Dão nestes tons outonais! E tivémos a sorte de a conseguir ‘absorver’ com sol e com chuva, com calor e com “fresquinho”! Foi uma experiência verdadeiramente maravilhosa. 🙂

Microaventura Out '16 | Ecopista do Dão

Dia XIII: o regresso a Lisboa

Este post faz parte de uma série: Lisboa-Messines-2013! As fotos estão aqui.
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Finalmente, no dia 31 de Agosto, sábado, regressámos a Lisboa. Pedalámos até à estação da vila, S. Bartolomeu de Messines, para tentar a nossa sorte com o comboio (nessa altura já não havia Regionais Algarve – Lisboa, e o Intercidades requer que as bicicletas sejam desmontadas e embaladas). Desmontar e depois remontar as bicicletas seria uma trabalheira desnecessária (enão tornaria os volumes assim tão mais compactos ou arrumáveis no comboio), por isso tentámos safar-nos com uma técnica intermédia:

  1. retirámos todos os sacos e bagagem da bicicleta
  2. rodámos o guiador
  3. bloqueámos os travões com abraçadeiras plásticas
  4. removemos os pedais
  5. prendemos a roda dianteira ao quadro com umas Rok Straps, para não se mover
  6. embrulhámos as bicicletas em sacos pretos opacos

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Infelizmente, quando chegámos à estação não estava lá mais ninguém e não conseguimos perceber onde pararia o comboio para Lisboa. Tratámos desta logística numa plataforma, mas entretanto chegou mais gente e foram para a outra – perguntámos-lhes e afinal era do outro lado, pelo que toca a fazer piscinas a acartar as bicicletas embaladas e os vários sacos.

Entretanto chegou o comboio. Tentamos perceber onde pararão as carruagens e se haverá alguma carruagem própria para bagagem mais volumosa. O revisor está à porta e olha para nós de alto a baixo – receamos o pior. Mira-nos e volta a mirar-nos e diz-nos que devíamos ter desmontado as bicicletas… Mas no final deixa-nos entrar. Ufa. Ele sugeriu-nos a zona da bagagem mas “fugimos” e ficámos no corredor porque achámos que seria mais prático para todos. Arrumámo-las ao alto e no início estávamos a pensar ficar lá com elas, mas depois vimos que não era necessário, as pessoas passavam bem, as bicicletas não caíam.

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As pessoas tinham que se desviar, para passar entre carruagens, mas dava perfeitamente.

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A catrefada de sacos e bagagem ficou ao monte atrás dos primeiros bancos de passageiros.

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Bonito embrulho, hein? 😛

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Entretanto, chegamos a Lisboa e optamos por ficar em Sete Rios.

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Junta-se novamente a tralha toda na plataforma.

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E desembrulhar é mais fácil e rápido que embrulhar e num instante estamos prontos para continuar viagem, agora até casa.

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Descemos as escadas rolantes em marcha-atrás.

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Ah, Lisboa, so welcoming. 😛

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E mais uns quilómetros a pedalar depois, chegámos bem a casa. A sensação de regresso a casa é também uma doce parte de viajar. 🙂

Um Sub-12 para aquecer

Domingo.

Plano: levantar “cedo” e ir dar uma volta a Manique do Intendente, na Azambuja (a tempo de ver passar os ciclistas), apanhando boleia com a CP. Um passeio de menos de 12 horas. Não é ainda uma escapadinha, uma “viagem”, porque voltaremos a tempo de dormir na nossa cama.

Problema: os dias de trabalho extra-longos cobram-se, e só nos conseguimos levantar às 12h. 😛

Mas é Domingo e vamos curti-lo sem stress. Saímos lá para as 13h30, rumo à estação de Campolide. Nota negativa: sinalética em falta, demoramos a perceber para onde temos que ir, onde estão as máquinas dos bilhetes. Nota positiva: os elevadores existem, funcionam e são grandes o suficiente para caber uma longtail.

Compramos os bilhetes (cerca de 2.50 € cada, só ida). Esperamos uns 15 minutos até chegar o comboio suburbano que nos levará até à estação da Azambuja. Conseguimos identificar o símbolozinho da bicicleta numa das primeiras carruagens e corremos um pouco para lá. Entramos e há bastante espaço para arrumar as biclas, apesar de ficarem sempre no meio do caminho – mas não há quase ninguém no comboio e sobra espaço para passarem pessoas de roda da bicicleta, menos mal.

Biclas no comboio suburbano Lisboa-Azambuja

Para não estarmos com medo que elas caiam e se danifique alguma coisa ou que magoem alguém, prendemo-las ao pilar com as Rok Straps (grande invenção!).

Rok Straps rule

Chegamos à estação da Azambuja. Felizmente há elevadores e estão a funcionar. Problema: são curtos e não cabem lá as biclas normalmente.

Elevador da estação da Azambuja

Solução: biclas ao alto! Tudo OK.

Bicla ao alto no elevador da estação da Azambuja

E lá vamos nós a pedalar. O percurso de ida foi mais ou menos este, num total de 22 Km:

Ver mapa maior

A dada altura decidimos por um caminho mais “directo”, que no início tinha um sinal de proibição a camiões (“porque será?”, pensámos nós). Bom, por isto, possivelmente…:

Uphill...

Ai, que bem que soube a assistência eléctrica naquele troço de 16% de inclinação. 😛

Lá ao fundo, naquela encosta cheia de árvores, já se via a Herdade da Hera, o nosso destino do dia.

Herdade da Hera

Mas mesmo que tivéssemos tido que pedalar por aquela subida só com a força das nossas pernas (ou empurrar a bicicleta ao longo da mesma), o que sabíamos que iríamos encontrar do outro lado, mais tarde ou mais cedo, dar-nos-ia sempre algum ânimo. Aprendi em Sevilha a apreciar as subidas. Sem subidas não há descidaaaaaaaaaaaaaaaaas! 🙂

descida

Como as nossas biclas de touring ainda não tinham chegado, levámos as biclas do dia-a-dia (quem não tem cão caça com gato), que se portaram muito bem, claro.

Pedelec Kalkhoff Agattu C7 como bicla de passeio

Pedelec Surly Big Dummy como bicla de passeio

Chegámos à Herdade da Hera cerca das 17h. Hora mesmo fixe para almoçarmos. 😛

Herdade da Hera

A Herdade da Hera ainda não está aberta ao público (nós somos visitantes com privilégios 😛 ), mas quando estiver será um sítio onde os ciclistas viajantes (e não só) poderão comer, descansar, acampar, e entreterem-se com várias outras actividades (equitação, quinta pedagógica, observação de estrelas / astroturismo, etc).

Herdade da Hera

Depois de atestados de combustível (vários tipos, incluindo pão-de-ló), conversa posta em dia, e umas voltas pela herdade, era hora de voltar. Queríamos evitar andar de noite (íamos pela N3) mas já não foi possível. Este percurso é “por alto”, mas terá andado à volta disto, mais uns 24 Km de volta:


Ver mapa maior

Compramos os bilhetes, mais uma voltinha nos elevadores, e esperamos uns minutos pelo comboio.

Estação da Azambuja

Mais uma hora de viagem, e desta vez saímos em Alcântara-Terra (não queríamos ir às 23h descobrir uma alternativa de acesso para sair da estação de Campolide, que não envolvesse uma subida pior do que aquela de 16% e muito muito mais longa…).

Biclas no comboio suburbano Lisboa-Azambuja

Ou seja, pedalámos ao todo cerca de 50 Km (e viajámos de comboio 2 horas). Por estradas nacionais e por estradas locais com pouco movimento, e outras com nenhum movimento. Sempre em bom asfalto. E mesmo o troço na N3, na parte sem berma, à noite, com algum movimento, foi pacífico.

Foi muito fixe. 🙂

Havemos de repetir brevemente mas já com as LHTs e o equipamento base, e acampando, para testar minimamente a cena toda com um S24P (Sub-24 Pernoitando). 🙂