Uma S24O até à Azambuja

Em meados de Maio fizémos outra S24O, até Manique do Intendente, na Azambuja. A ideia era repetir mais ou menos um passeio que tínhamos feito em 2013, quase 2 anos antes, mas agora com duas diferenças: 1) a Mutthilda ia connosco, e 2) acamparíamos para pernoitar e regressaríamos no dia seguinte. Iríamos testar mais uma vez este conceito (S24O com um cão), mas num registo mais light, pois apenas teríamos que acampar para pernoitar, as refeições seriam com a família, na Herdade da Hera.

Arrancámos de Lisboa na 2ª-feira à tarde (atrasados, mas lá conseguimos sair!), apanhámos o comboio na estação de Roma-Areeiro – perdemos algum tempo devido à má sinalização, não dá para ir cá por cima, pois o acesso à plataforma é só por escadas, tivémos que andar para trás e dar a volta por fora, pela R. Frei Miguel Contreiras. Mas conseguimos apanhar o comboio, ufa! Fomos no Urbano até à Azambuja.

Eu arrumei a minha LHT no espaço para as cadeiras de rodas e bicicletas. O Bruno, como trazia um Wideloader na Big Dummy, tornando-a mais larga, ficou um bocado entalado sem conseguir rearrumar a bicicleta uma vez já dentro da carruagem. Mas as pessoas foram à volta, não houve crise. A única chatice é que não deu para irmos confortavelmente sentados, íamos a cuidar das bicicletas e de garantir que as pessoas passavam quando era preciso.

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Quando chegámos à estação da Azambuja, até tivémos sorte, os eledadores estavam a funcionar. Mas são pequenos, pelo que tivémos que tirar a caixa transportadora da Mutthilda de cima do deck para a poder colocar, ao alto, no elevador. Depois mandei a Mutthilda, na caixa, e depois fui eu, também com a bicicleta ao alto. Já prestes a fazermo-nos à estrada, à saída da estação, apercebemo-nos de que estava um vento do caraças. Nesse aspecto não podíamos ter escolhido pior dia… Mas era o dia que tínhamos disponível, e já ali estávamos, por isso, suck it up and let’s go!

Apanhámos a N3, berma larga e com bom pavimento – sabiam que agora é legal usar a berma? Não é obrigatório, mas sempre que a berma é uma melhor opção que a faixa de rodagem, somos livres de a usar legalmente.

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Infelizmente, a maior parte dos condutores não foi actualizado nem no novo Código da Estrada, nem na boa educação básica, quase nenhum abrandou e/ou se afastou particularmente de nós ao passar-nos. Podiam fazê-lo porque o CE assim o dita (abrandar e dar pelo menos 1.50 m de distância lateral de segurança), mas também por uma questão de respeito (reduzir o impacto que a deslocação do ar e o ruído têm sobre quem está fora do carro, em termos de conforto mas também de segurança, e, claro, a distância lateral suficiente para, se eu cair, ninguém me passar por cima sem querer… Mas pronto, foi pacífico e confortável o suficiente.

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Uns 25 Km depois, e muuuuitoooooo vento, mas por estradas tranquilas e quase sem tráfego (depois de sairmos da N3) chegámos finalmente à Herdade da Hera, já caíra a noite.

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Montar a tenda já de noite e no meio da ventania foi um teste útil. A nossa tenda porta-se bem nestas condições. Mas fazer aquilo de noite relembrou-nos a importância de investirmos numas luzes frontais, daquelas presas a umas bandas elásticas que colocamos na cabeça, ficando com a luz apoiada na testa. Essa compra entretanto já foi feita, embora ainda falte usá-las – temos que fazer mais uma S24O rapidamente!

Jantámos com a família e depois lá fomos dormir. Aprendemos mais uma coisa importante: levar connosco tampões para os ouvidos, teriam sido úteis numa noite de tanto vento. Mas haverão concerteza outras situações onde poderão ser úteis: se dormirmos num sítio onde se oiça o trânsito automóvel numa qualquer auto-estrada, ou os aviões num aeroporto, ou gente mal-educada num parque de campismo (como aconteceu nesta outra viagem), ou tivermos mesmo muito azar a escolher um sítio para pernoitar (como aconteceu à Kiri e ao Dan).

A ideia era dormir até o sol começar a bater na tenda (aí começa a ficar quente demais), afinal era “domingo”.

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A Mutthilda dorme na caixinha, coberta por uma capa para a chuva, abrigada debaixo de uma das “asas” da tenda.

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Ainda antes de nos levantarmos, soltámo-la, para que pudesse ir brincar e tratar do business dela. E queríamos só mais uns minutos de ronha. Mas ela tinha ideias diferentes. E meteu-se em cima de nós, por fora do compartimento da tenda mas por baixo da parte superior, para se proteger do sol, mas ficar “em cima de nós”. Sacaninha. Lá tivémos mesmo que nos levantar.

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Levantámo-nos e, depois de tomar o pequeno-almoço, fomos dar uma volta pela Herdade, ver as vistas, conhecer os novos residentes e hóspedes. Cavalos, póneis, porcos, cabras, galinhas, etc.

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A Mutthilda gosta muito da vida no campo, andar à vontade ao ar livre, sem trela, apanhar sol, ir meter-se com os outros animais. É uma animação. 🙂

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Depois de passearmos e vermos as novidades da Herdade, voltámos à tenda para arrumar o estaminé antes de almoçarmos.

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À tarde pusémo-nos de regresso a Lisboa. Desta vez dirigimo-nos para a estação de Santana-Cartaxo. À parte esta subida, feita a 5-6 Km/h, com a Mutthilda a dormitar, foi um percurso mais suave, e [10 Km] mais curto.

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Da próxima vez que fizermos isto apanhamos o comboio Regional validando o Zapping (deve ficar 1.80 €), pagando depois o excesso para o Cartaxo, após passar a Azambuja. É a fórmula mais rápida, simples e barata. Quando regressamos, compramos o bilhete a bordo, dado que não há máquinas nem bilheteiras na estação de Santana-Cartaxo. Os Comboios regionais têm um espaço mais adequado para levar as bicicletas, embora aquele poste no meio da zona das portas estrague a manobrabilidade das bicicletas.

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Este é um percurso e um destino interessante e bastante fácil de fazer no contexto de uma S24O. A Herdade da Hera tem estado em modo ‘soft opening‘. Entrem em contacto com eles para inquirir das condições a nível de campismo e alimentação, consoante a data da vossa S24O.

O Paradoxo das Férias

Wanderlust é uma expressão derivada do alemão: wandern’ ‘’a vagar’’, e Lust, ‘’desejo’’. É comumente definido como um forte desejo de viajar, ou de ter um forte desejo de explorar o mundo.

Não é somente um simples desejo, é uma sensação que toma todo o corpo e a mente, e em uma seqüência de fatores, incluem-se uma sensação de desconforto nas pernas, nos músculos, e aquele desejo incontrolável de ir, de seguir um rumo qualquer em direção ao desconhecido ou a algum lugar que se vá encontrar algo novo, que é a razão daquele desejo de ir.

In Wikipedia

Buscar sítios desconhecidos e situações novas causa excitação e medo, e estimula a aprendizagem. Ao buscar o novo e o desconhecido, estamos a carvar novos caminhos neuronais no nosso cérebro.

A exposição a coisas e situações novas aumenta a plasticidade do nosso cérebro, optimizando-o para a aprendizagem, e fá-lo libertar dopamina, que nos motiva a ir explorar em busca de uma recompensa. Ou seja, viajar faz-nos querer continuar a viajar. É adictivo. Logo, wanderlust!

Os níveis de serotonina aumentam com a exposição à luz solar e exercício físico, logo, viajar de bicicleta faz-nos sentir mais felizes.

Experiências novas, divertidas e excitantes provocam a libertação de dopamina e norepinefrina, criando o mesmo cenário bioquímico da paixão. Ou seja, são boas para manter casais juntos e apaixonados. Um interessante efeito colateral para quem viaja com a sua cara metade.

E, finalmente, a exposição a coisas e situações novas provoca uma percepção deformada do tempo. Durante a viagem ele corre, mas depois da viagem aquele tempo parece expandido.

The routine is the enemy of time. It makes it fly by.

The Thousand Year Journey: Oregon To Patagonia from Kenny Laubbacher on Vimeo.

Este pequeno vídeo merecia ser legendado para português, pois expressa bem a forma como a busca activa por algo novo altera o nosso funcionamento cerebral, e como está no nosso controlo fazer esse ‘hack‘ a nós próprios.

A sensação de nos sentirmos crianças de novo tem a ver com isto, para uma criança tudo é novo, ela não tem que buscar novidade e aventura, todos os dias se aprende algo novo. Para um adulto não é assim, been there, done that, tudo é familiar, padronizado, rotineiro, e para aprendermos algo novo e para sentirmos aquela sensação de espanto com o mundo, temos que trabalhar para isso, temos que sair da zona de conforto e buscar activamente o desconhecido.

O Jedidiah Jenkins (entrevista pré-viagem aqui), do vídeo acima, fala bastante da percepção do tempo, ou seja, da sua tentativa de, através da busca por coisas novas e excitantes, conseguir fazer com que o tempo dure mais tempo, e assim, quando chegar a velho, não ter aquela sensação de “o tempo passou a correr“.

Ele está a tirar partido da forma como nós avaliamos o tempo, que pode produzir experiências contraditórias de percepção do mesmo. O Paradoxo das Férias é o fenómeno de sentir que as férias passam a correr quando estamos nelas (estimativa prospectiva do tempo), mas depois que estas terminam e nós voltamos à rotina do dia-a-dia, lembramo-nos daquelas mesmas férias (estimativa retrospectiva do tempo, pela memória) como tendo sido muito mais longas do que efectivamente que foram.

Quando estamos a fazer algo novo e interessante e agradável – como quando estamos de férias – o tempo parece passar mais rapidamente do que quando estamos aborrecidos ou ansiosos. Mas quando olhamos para trás para recordar essa altura, a nossa avaliação do tempo baseia-se em quantas novas memórias individuais criámos durante aquele período. Ou seja, o Jedidiah terá sentido que o tempo passava a correr durante a sua viagem, mas mais tarde, quando se recordar dela, vai sentir que ela durou muito mais tempo do que os 17 meses que efectivamente levou.

Resumindo, viajar de bicicleta é bom para o cérebro, para o corpo, para o amor, para a memória, para a aprendizagem, e para a velhice. We. Need. To. Just. Go.

Viajar trabalhando, trabalhar viajando

Isto não é um interregno.

Não vamos fazer umas férias da nossa vida de todos os dias. Não é uma pausa. É uma nova fase. Pelo menos é assim que escolho ver a coisa. Prefiro olhar para esta viagem como algo open ended, e não estar logo a pensar “quando regressamos?“, “o que faremos quando regressarmos?“. Não quero saber, nem tenho como saber.

Vamos viajar para trabalhar, e vamos trabalhar para viajar. E, claro, vamos ter que trabalhar para viver, como até aqui. Ora, e como faremos isso?…mantra

Bom, não sabemos ainda. Só quando nos fizermos à estrada é que descobriremos. Dá um frio na barriga quando pensamos nisso, largar o que conhecemos agora, por difícil e incerto e instável que seja (e é), e cair no mundo e ver o que dá, pois pensamos sempre:

mas provavelmente não vai dar e morremos à fome

Há essa possibilidade, mas temos que reunir coragem para pagar para ver, pois morrer toda a gente morre, mas viver implica acções deliberadas.

Ora, temos andado a investigar esta questão, há algumas hipóteses a explorar. Considerando opções que nos oferecem dinheiro ou comida – dado que o alojamento poderá ser a parte que mais facilmente asseguraremos de forma gratuita ou quase (ver brevemente post sobre opções de alojamento), temos:

Freelancing

Podemos continuar a ensinar adultos e crianças a andar de bicicleta e a conduzi-la, por onde passarmos. Não será possível fazê-lo com o mesmo nível de serviço com que o fazemos aqui, obviamente, não teremos o equipamento, a infraestrutura, o tempo, etc, mas poderemos ainda assim prestar um bom serviço. Da mesma forma, o Bruno poderá continuar a fazer trabalhos de mecânico de bicicleta compatíveis com as ferramentas à mão.

Podemos também ser uns nómadas digitais, é uma questão de desenvolver as nossas competências em áreas compatíveis. Um nómada digital é alguém que trabalha a partir de um computador com internet, basicamente, podendo fazê-lo em qualquer lugar, o que lhe permite viajar, mudando de casa ou de hotel ou o que seja, ao ritmo que desejar, e gerindo os seus horários de forma bastante livre. É o que fazem estas pessoas, e estas, e algumas destas, por exemplo.

Vai haver em Berlim, no final de Julho, uma conferência sobre isto. E já saiu o documentário Wireless Generation, da Christine Gilbert (uma nómada digital ela própria), que quero ver:

Este estilo de vida nómada associado a trabalho online parece-me cada vez mais interessante. Não sei se como estilo de vida definitivo, mas como experiência nova sem dúvida.

É apelativo, joga bem com os nossos perfis e com o que gostamos de fazer. Mas leva tempo a construir e até lá continuamos a ter que viver de alguma coisa. Ou seja, é essa a direcção, mas temos que a complementar com qualquer coisa mais imediata.

Trabalho em part-time em troca de alojamento & comida

Podemos ficar 1 ou 2 semanas (ou mais) de cada vez em ‘quintas orgânicas’, oferecendo ajuda em part-time (4-6 horas de trabalho por dia) em troca de comida & alojamento – a isto chama-se wwoofing. Para isso temos que nos registar na rede de cada país onde queremos trabalhar – ver WWOOF International, o que implica pagar uma anuidade em cada um dos países para podermos aceder à lista de quintas anfitriãs.

O site Worldpackers oferece o mesmo conceito mas aplicado a hostels. Contudo, a rede ainda é pequena, e achei pouco justa a troca pedida por muitos deles: 20-25 horas semanais de trabalho a troco de apenas alojamento (e em camaratas, em regra) e pequeno-almoço (ou seja, nem sequer inclui a alimentação diária por inteiro).

O HelpStay acaba por ser um mix, em troca de trabalho não remunerado, os anfitriões oferecem alojamento e, alguns, alimentação. Pareceu-me também um pouco desequilibrado, e falta-lhe escala.

Já o Work Away tem imensas ofertas, e variadas. Penso que este valerá a pena explorar melhor, mas a função de pesquisa é pobre, apenas permite pesquisar por país e região, e palavra chave, não tem categorias de trabalho associadas aos anúncios, tornando a pesquisa mais morosa.

Tal como o HelpX, de conceito idêntico., embora este categorize os anúncios por tipo de alojamento, pelo menos.

É comummente designado de voluntariado este tipo de sistemas de trocas de trabalho por alojamento & alimentação, contudo, uma pessoa tem que se questionar se isto é mesmo voluntariado. Pela definição:

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Ou seja, nada disto é propriamente voluntariado, pela definição acima, é trabalho temporário em que o pagamento é feito em géneros (alojamento e alimentação), e onde não há contratos de trabalho, descontos para a Segurança Social, nem seguros de trabalho. Isto só é aceitável porque é vocacionado para viajantes, pessoas que não vão ficar no mesmo lugar tempo suficiente para um emprego normal, e nem é isso que procuram, e porque uma parte importante da experiência, quer para os anfitriões, quer para os hóspedes, é justamente o intercâmbio cultural.

Para estadias curtas, em que as horas de trabalho pedidas são equilibradas face ao que é oferecido a nível das condições de alojamento e das refeições, esta informalidade e flexibilidade é interessante e parece-me tudo OK.

É como ir passar uns dias a casa de amigos ou familiares, e ajudá-los no que precisarem em troca da comida e dormida.

Como já tinha referido, o nosso grande objectivo era conseguir fazer isto, o conceito do HelpX (“help exchange“, ou “intercâmbio de ajuda“) mas também com escolas, lojas, oficinas, associações, fábricas, etc, etc, relacionados com a bicicleta, nomeadamente na sua vertente de transporte e lazer, para melhor podermos usar as nossas valências acumuladas ao longo destes últimos 10 anos, e para podermos documentar um pouco da bicicultura dos locais por onde passamos.

Acho que vamos experimentar tudo o que aparecer, e ver como corre!

Primeira S24O!

O Pedro (Velocorvo), convidou-nos para um S24O a meio de Abril e nós aceitámos prontamente! Para nós foi a primeira experiência neste formato, e a primeira vez a fazer campismo selvagem, mas o Pedro é um habituée e levou-nos para um seu local de eleição, no meio de umas rochas na serra de Sintra.

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Para nós não é fácil conjugar coisas destas com outras pessoas dado que o nosso fim-de-semana (2ª e 3ª) não coincide com o fim-de-semana normal da maior parte das pessoas (sábado e domingo). Mas desta vez deu para juntarmos 6 pessoas, com o plano de sairmos de Lisboa a meio da tarde de Domingo (o que permite conjugar a volta com o nosso trabalho de manhã na escola), e regressarmos a Lisboa ao final da manhã de 2ª-feira.

Para isso foi fundamental a co-modalidade com o comboio, que apanhámos para lá e para cá.

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Apanhámos o comboio em Campolide, outros no Rossio, outros em Benfica, e saímos na última estação, em Sintra. Depois de todos juntos, arrancámos, pois tínhamos uma serra para subir.

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Chegámos ainda com tempo de montar o estaminé com luz do dia. Ficou apertado, mas coubémos todos.

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A Mutthilda foi connosco, claro. E o A. levou o gira-discos, o que deu um toque especial à experiência. 🙂

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Antes e depois do jantar subimos à rocha para apreciar a vista. O pôr-do-sol primeiro, e as estrelas depois.

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O jantar incluiu massa instantânea, cogumelos, queijo, paté, folhados caseiros, chá, etc. Comida não faltou.

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Depois de uma noite com um momento de emoção em que a S. se afastou para atender a uma chamada da natureza, caiu e se desnorteou momentaneamente para encontrar o caminho de volta sozinha, começando a gritar por ajuda, acordámos frescos. Tomar o pequeno-almoço na serra, na manhã seguinte, foi também muito bom.

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Depois de voltarmos a arrumar tudo, lá saímos da “caverna” a meio da manhã, para regressar à civilização.

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A parte mais positiva dessa perspectiva é que o que sobe (no dia anterior) tem que descer. 🙂

Mas o melhor é verem o vídeo. 🙂

Este é mesmo um belo formato de escapadinha. Gostámos muito e é para repetir!

Três dias de bicicleta e campismo, com 7 bicicletas, 4 adultos, 3 crianças e 1 cão

A ideia era aproveitar a pausa da Páscoa para fazermos uma pequena viagem de bicicleta com amigos, uma viagem familiar dado que eles levariam os filhos e nós a Mutthilda, com campismo pelo meio. Tínhamos três dias, 5ª, 6ª e sábado antes da Páscoa. Optámos por ir para o Meco, o que foi fixe pois eu e o Bruno ainda não conhecíamos aquela zona.

Fomos combinando as coisas por telefone e nos Hangouts do Google. Partimos dos tracks de GPS cedidos pelo Gonçalo, que não pôde ir, mas o R. levou um amigo (que não anda regularmente de bicicleta) para fazer o percurso com ele uns dias antes, e assim fazer o reconhecimento. Uma preocupação extra justificada pelo facto de que íamos levar connosco 3 crianças entre os 6 e os 9 anos, para pedalar distâncias muito maiores do que as que estavam habituadas a fazer.

Na noite anterior eu e o Bruno deitámo-nos às tantas a preparar as coisas nas bicicletas. Garantir que não falta nada, hesitar no que levar e no que deixar, contorcermo-nos com que roupa levar e quanta, etc. É sempre assim quando temos uma viagem, seja de bicicleta ou de avião. Talvez um dia sejamos capazes de fazer um planeamento mais eficaz, quando fizermos isto mais regularmente. Espero. 😛

De qualquer modo, no dia 2 de Abril de 2015, um bocado em cima da hora, mas estávamos em Belém às 10h para apanhar o barco, como combinado. O funcionário da Transtejo foi um idiota, em vez de nos explicar que era um ferry e que abririam o portão para os veículos saírem e entrarem – por onde poderíamos assim passar, deixou-nos lutar para conseguirmos passar pelos torniquetes normais com as 4 bicicletas carregadas , tendo que andar a levantá-las e contorcermo-nos para fazer passar tudo a tempo de não perdermos o barco.

Mas enfim, o ferry chegou, e nós entrámos. Assim começava a nossa aventura! 🙂

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Dos adultos, o R. e o B. levavam as suas Xtracycles, o Bruno levou a Big Dummy com a Mutthilda no deck, eu levei a LHT com um FollowMe Tandem.

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Das crianças, o M. levou a sua bicicleta e ora iria a pedalar ora iria, junto com ela, em cima da longtail do pai. O R. júnior levou e pedalou a sua própria bicicleta. O H. ora iria a pedalar a sua bicicleta sozinho, ora iria a pedalá-la atrelada à minha LHT, ora iria à boleia na longtail do pai (enquanto eu rebocaria a sua bicicleta).

Cada um pedalou a sua bicicleta desde o barco até pararmos numa pastelaria na Costa da Caparica para tomar o pequeno-almoço.

A seguir apanhámos uma estrada estreita, com algumas curvas com pouca visibilidade, com uma via em cada sentido, sem bermas, e com algum trânsito. Íamos num grupo só, adultos à esquerda, crianças à direita, o R. júnior, o mais velho, ia no fim, ao lado direito do Bruno, eu seguia à frente com o H., o mais novinho, à minha direita, e o pai dele atrás de nós.

Foi tudo pacífico, mas íamos bastante devagar, ao ritmo dos miúdos (10-12 Km/h), e para reduzir a probabilidade de a impaciência levar alguns condutores de automóveis a fazerem ultrapassagens menos que ideais, optámos por nos sub-dividir em 2 grupos, mantendo-nos próximos mas com espaço suficiente para acomodar 2-3 carros à medida que nos fossem ultrapassando por fases.

Correu tudo muito bem, não foi propriamente a parte mais relaxante, mas foi tranquilo. Mas para isso foi fundamental a comunicação. Quem vai à frente comunica com quem vai atrás se é seguro sermos ultrapassados ali ou não, e quem vai atrás vai passando essa mensagem aos condutores que nos seguem, sinalizando o “pode passar” e o “aguarde, não pode passar”. Na grande maioria dos casos as pessoas não são estúpidas e percebem isto, respeitam e tudo corre bem. Só de vez em quando alguém passa quando não deve, ou passa demasiado depressa ou demasiado perto, mas nada de especial, estávamos todos alerta e preparados para lidar com isso.

Depois de uma subida mais exigente, em que os dois mais pequenos foram à boleia dos pais, mais um pouco e chegámos à Mata Nacional dos Medos. Passada a cancela, deixar os automóveis para trás, o ruído, o fumo, o perigo, e embrenharmo-nos no pinhal, soube mesmo bem. Estávamos “na natureza”! As crianças puderam andar de bicicleta à vontade e a Mutthilda pôde acompanhar-nos correndo e explorando livremente. Começava a parte mais interessante! 🙂

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O pavimento estava longe de bem conservado, mas não tão mau que não compensasse a ausência de carros. 😉

Não temos fotos de todo o percurso para lá e para cá, mas apanhámos asfalto bom, asfalto mais-ou-menos, asfalto em mau estado, caminhos de terra batida, caminhos com brita, caminhos de areia (muita areia), etc. Estes foram espectaculares, no meio do pinhal:

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Quando chegámos à NATO tivémos que passar por uma zona cheia de cães vadios. Por momentos receiei um pouco, mas apesar de ladrarem, e da Mutthilda ladrar também, os cães nãos nos seguiram nem nada do género. Mas resolvemos pedalar mais um pouco para nos afastarmos, de forma a podermos soltar a Mutthilda mais à vontade, e não correr tanto o risco de almoçarmos ao pé de dejectos caninos. Depois de fazermos uma pausa para um almoço piquenique no meio da Herdade da Apostiça (o que implicou pegar nas bicicletas para as fazer passar por cima de um portão / cancela – carregadas, foi um esforço de equipa), retomámos a pedalada até chegarmos finalmente ao parque de campismo de Fetais.

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Montámos campo ainda era dia.

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Os miúdos entretiveram-se com jogos e com a Mutthilda.

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O percurso da Trafaria até ao parque foi este. Foram 34 Km feitos em 3h30.

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Ao segundo dia não pedalámos, fizémos antes uma bela caminhada até à praia do Meco, 3 Km, 35 min a andar.

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Ainda deu para um bocadinho de frisbee com os miúdos e com a Mutthilda.

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Estivémos na praia cerca de hora e meia, a brincar, absorver a natureza e a paisagem, e depois regressámos ao parque.

As refeições foram preparadas no parque de campismo, tínhamos fogões, panelas, pratos e afins, e comida pré-preparada ou fácil de preparar (tipo ‘noodles’).

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A cozinha:

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À noite a tarpa deu jeito para cortar um bocado a luz do candeeiro e dormirmos melhor. Infelizmente descobrimos que as pessoas por vezes se esquecem onde estão, ou da boa educação, e tivémos que aturar grupos de pessoas a conversar alto, à porta das suas roulotes, nas primeiras horas da noite, enquanto tentávamos dormir. Uns tampões para os ouvidos teriam sido, afinal, boa ideia.

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Ao 3º dia, era tempo de regressar a casa. Fizémos o caminho inverso, penso que houve só uma ou outra alteração (um caminho de areia com bicicletas carregadas, a descer, faz-se, a subir, esqueçam).

O nosso comboio era assim:

Descidas para fazer devagar e sem travar a roda da frente. 😛

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Muita areia. Procurámos uma alternativa mais ao lado.

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Paragem para almoço!

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De volta ao caminho.

Neste regresso, para fugirmos a um grande troço de areia, também tivémos novamente que passar por cima de uma cerca – desta vez descarregámos as bicicletas para o conseguirmos fazer de forma mais segura e “ergonómica”).

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Quando chegámos outra vez ao asfalto, junto à NATO, o H. queria ira pedalar sozinho, então começou, com a ajuda do M. a tentar desengatar a bicicleta dele do FollowMe Tandem e, logo, da minha bicicleta. 🙂

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O caminho de volta também foi pacífico, mas com alguns troços um pouco mais stressantes – havia muito trânsito, e a estrada não permitia ultrapassagens seguras facilmente. Mas fez-se e correu tudo muito bem, usando as técnicas já anteriormente aplicadas: circulação ocupando totalmente a nossa via, normalmente circulando a par, organização em dois grupos não muito afastados, e comunicação eficaz dentro de grupo e com os automobilistas que nos seguiam.

Quando chegámos à estação fluvial da Trafaria, a Mutthilda já estava KO de tanta correria e tanta brincadeira naqueles 3 dias, dormia que nem um bebé. 🙂

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A minha bicla.

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Já na margem Norte, pedalámos juntos até ao Areeiro, onde depois cada um seguiu até ao seu destino.

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O percurso de regresso a Lisboa foi este mais este. Foram uns 45 Km feitos em 4 horas.

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Tivémos imensa sorte com o tempo nestes 3 dias, esteve um sol e uma temperatura fantásticos. Tudo correu bem, com os miúdos, com a circulação na estrada, com o campismo, tudo. Foi óptimo e adorámos. Para primeira experiência do género (com amigos, crianças e cães) não podia ter sido melhor e só nos deu vontade de repetir!

O que é uma S24O?

S24O [lê-se ésse-tu-fór-ou], é uma abreviatura para “Sub-24hour-Overnight“, um tipo de campismo de bicicleta promovido por Grant Petersen da Rivendell Bicycle Works como uma forma fácil de passar mais tempo lá fora numa bicicleta. Ao contrário do touring convencional, a s24o incentiva a fazer viagens curtas (sub-24horas) de campismo. A lógica é que se for curta e descomplicada, é mais fácil de organizar e mais fácil de fazer acontecer. Só se leva a bicicleta e o equipamento necessário.

Fonte: Wikipedia

O aspecto de uma s24o é isto.

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Fonte: Rivendell Bicycle Works

Uma s24o ocupa menos de 24 horas, o que significa que dá perfeitamente para sair ao fim da tarde de sábado e estar de volta a tempo do almoço de domingo, ou seja, dá-nos tempo para tratarmos dos nossos afazeres domésticos e dos nossos compromissos familiares de fim-de-semana, e ainda assim encaixar uma microaventura de bicicleta, pedalar e passar algum tempo num ambiente natural. A Laura e o Russ explicam com um exemplo:

A outra grande vantagem é que, como é uma coisa de um dia para o outro, o equipamento e mantimentos necessários são reduzidos ao mínimo, ou seja, vamos mais leves, e não temos que perder muito tempo em preparações, nem preocuparmo-nos por não termos todo o equipamento ou o equipamento “certo” – é só um dia, desenrascarmo-nos-emos, amanhã de manhã estaremos de volta a casa. Para quem tem crianças pequenas, isto torna também mais fácil levá-las!

Finalmente, estas s24o permitem-nos ir fazendo testes simples e fáceis: testar a bicicleta, testar a tenda, o fogão, a arrumação, a roupa que usamos, o planeamento das rotas, a experiência em si e nós próprios! Ou seja, vamos facilmente afinando preferências e optimizando processos, tornando mais fácil metermo-nos em viagens maiores, ou mesmo grandes viagens.

As s24o, assim promovidas desde 2005 por Grant Petersen, acabam por ser também um sub-conjunto das microaventuras promovidas pelo Alastair Humphreys desde 2011.

Digam lá, não acham que também merecem um pouco disto? 😉

Mini-tour da Páscoa

A nossa mui aguardada primeira viagem de 2015, yeaaah!

Mini-tour da páscoa

Éramos 4 adultos, 3 crianças dos 6 aos 9 anos, e 1 cão. Pedalámos até ao Meco no primeiro dia, acampámos, fomos a pé até à praia no segundo dia, e pedalámos de regresso a Lisboa ao terceiro dia.

O H. e o R. estavam em pulgas! A sua primeira viagem de bicicleta com campismo, e ainda por cima a Mutthilda também ia! 😀

O tempo estava fan-tás-ti-co. Tudo correu maravilhosamente bem. Foi mesmo muito fixe, e só queremos é fazer mais disto. 🙂

Seguros e assistência médica para viajantes

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E é para isso que deverão servir os seguros.

Ao planear uma viagem como esta temos que ponderar várias coisas, entre elas:

  • se adoecermos ou sofrermos um acidente do qual resultem ferimentos, que assistência médica precisaremos, onde a poderemos obter e como, quais os custos da mesma, e como os suportaremos?
  • se o mencionado acima acontecer e implicar sermos evacuados de determinado sítio ou até repatriados, como suportaremos esses custos?
  • se um familiar ou amigo adoecer gravemente ou morrer e nós precisarmos de regressar, como pagaremos o bilhete de avião?
  • o que faremos se nos roubarem o nosso equipamento?

Assistência médica

Para a parte da viagem que for feita ainda em Portugal temos, claro, acesso ao Sistema Nacional de Saúde (recomendo a toda a gente a consulta deste guia).

CESDEnquanto cidadãos da União Europeia, basta pedir (gratuitamente) o Cartão Europeu de Seguro de Doença com pelo menos 2 semanas de antecedência da nossa partida, para termos direito à prestação de cuidados de saúde em qualquer um dos Estados da União Europeia (28: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslovénia, Estónia, Grécia, Espanha, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, República Eslovaca, Roménia, Suécia e Croácia), Espaço Económico Europeu (mais: Islândia, Liechtenstein e Noruega) e Suíça.

O cartão, válido por 3 anos, garante o mesmo acesso aos cuidados de saúde do sector público (ou seja, um médico, uma farmácia, um hospital ou um centro de saúde) que os cidadãos do país que estamos a visitar. Se for necessário recebermos tratamento médico num país em que os cuidados de saúde não sejam gratuitos, seremos reembolsados imediatamente ou mais tarde, quando regressarmos ao nosso país.

Informações úteis:

Caso queiramos ficar num mesmo país europeu por mais de 3 meses seguidos (o que poderia eventualmente acontecer num país grande com vários pontos de interesse, ou num país onde quiséssemos permanecer mais tempo a estudar, fazer voluntariado e/ou a trabalhar), precisaremos de ter um seguro de saúde para não sermos um encargo para o sistema nacional de saúde local.

Assim, cuidados médicos preventivos e não-urgentes, serão cobertos pelo Serviço Nacional de Saúde através do Cartão Europeu de Seguro de Doença, em 31 países europeus, para estadias até 3 meses em dado país; para estadias além de 3 meses, é necessário contratar um seguro de saúde. Cuidados médicos de emergência podem ser prestados da mesma forma, e/ou também através de um eventual seguro de viagem

Para já o nosso plano de viagem (ainda em fase de construção) não vai além dos 31 países da União Europeia & espaço Schengen, e não prevê passarmos mais de 3 meses no mesmo país, o que simplifica a questão dos cuidados de saúde básicos.

(Mas se a coisa correr bem, quereremos saltar o oceano Atlântico e viajar também pelos EUA e pelo Brasil. Nessa altura teremos que pensar em fazer a Consulta de Saúde do Viajante antes de partir, para salvaguardar as vacinas e os cuidados mais indicados. De qualquer modo, e mesmo para a Europa, é importante garantir que temos as vacinas normais em dia.)

Seguros de viagem

Contudo, numa viagem há mais preocupações além da saúde (ou falta dela), por isso inventaram os seguros de viagem, que incluem, ou podem incluir, cobertura para acidentes pessoais, responsabilidade civil, roubo de equipamento, entre muitas outras chatices.

Comecei a investigar a oferta de seguros para este tipo de viagem, e um de que dizem bem é o da World Nomads. Mas têm alguns pontos negativos, nomeadamente, não cobrem o roubo de bicicletas e acessórios (duh), não cobrem o país de residência do subscritor, e estão pensados para quem vai envolver-se em actividades de “aventura” (onde está, de resto, incluído o bike touring), 1.720 € no mínimo para um seguro anual, para um casal, pode ser desnecessariamente caro…

Pesquisando na net por outros seguros de viagem mais “normais”, deparo-me com algumas dificuldades, nomeadamente, todos os simuladores pedem o país de destino, em vez da região… E vi vários que limitam as viagens a 3 meses consecutivos. Estão mais vocacionados para viagens de curta duração. Antes de decidir se subscrevemos ou não um seguro de viagem, ou que seguro de viagem poderá ser o mais adequado para a nossa viagem, teria que contactar seguradoras uma a uma e tentar obter cotações, mas entretanto, no Alma de Viajante afirmam que não há oferta deste género em Portugal, e a oferta internacional acessível a residentes em Portugal é reduzida, sendo que eles também recomendam o da World Nomads. O mais próximo de um seguro de viagem de longa duração adequado, que encontrei, foi este, mas embora muito mais barato, pode não oferecer a melhor combinação de coberturas. A analisar. De qualquer modo, duvido que consigamos ter a cobertura que a World Nomads oferece no que diz respeito a estudar, fazer voluntariado ou mesmo trabalhar durante a viagem, e isso é um factor fundamental…

Posto isto, já está identificada uma grande despesa inicial para a viagem.

Seguros para animais de companhia

A ideia é viajar com a Mutthilda, claro. Cá em Portugal contratámos para ela um seguro de assistência médica veterinária & responsabilidade civil, mas é válido apenas em território nacional. Pesquisei por oferta de seguros de viagem para animais de companhia mas não consegui encontrar nada. Nenhuma oferta, nem ninguém a falar disso. Zero. Nicles. Vou ter que andar a perguntar às seguradoras uma a uma, mas começo a recear que não haja mesmo opção…

Lista de afazeres:

  • requisitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença (gratuito)
  • verificar se temos reforços de vacinas em atraso (e corrigir, se for o caso)
  • contratar um dos seguros da World Nomads (desde 1.720 € para nós os dois)
  • pesquisar e contratar um seguro de viagem para a Mutthilda

Referências e fontes:

Ofensiva Primaveril de Microaventura

Problema:
Demasiado ocupado com o trabalho; amigos dispersos e longe?
Sem tempo para desfrutarem juntos?

Solução:
Encontrarem-se num monte.

 

É impossível não querer fazer o mesmo, não é? 🙂

Sim, este exemplo nem envolve bicicleta, mas pode (embora não seja esse o detalhe mais importante). Acho-o apelativo pela experiência em si mesma, mas também porque é um pequeno “degrau” na incursão em outras aventuras, nomeadamente em bicicleta, claro. Foi o primeiro exemplo de que falei, quando partilhei este fantástico projecto do Alastair Humphreys, e parece-me dos mais simples, mas giros à mesma. 🙂

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Alguém tem sugestões de sítios destes, perto de Lisboa, bons para bivacar? 🙂