Em Lisboa a semana do 10 e 13 de Junho costuma ser um bocado parada, óptima para umas mini-férias. Este ano desafiámos uns amigos para uma escapadinha de 3 dias, com bicicleta e campismo. Inicialmente estava pensada para ser mais épica, mais famílias, mais quilómetros, acabou por ser uma coisa mais modesta, mas fixe à mesma. 🙂
Encontrámo-nos todos em Santa Apolónia e partimos num comboio à hora de almoço do dia 10, 6ª-feira, num comboio Regional rumo a Santarém.
A CP tem percorrido um longo caminho rumo a servir os clientes que pretendem conjugar a bicicleta com o comboio para evitar o automóvel, está muiiito melhor, mas ainda há espaço para melhorar. Por exemplo, podiam tornar esta área das carruagens mais amigável para quem se desloca com “cenas” (cadeiras de rodas, carrinhos de bebé, pranchas de surf, bicicletas, malões, etc), principalmente em grupo, reorganizando o espaço e os assentos, de forma a permitir moldar melhor o espaço a diferentes necessidades. Convertendo mais assentos normais em rebatíveis, por exemplo, seria um primeiro passo muito simples.
Chegados a Santarém, fomos ver as vistas (o que implicou subir e bem) e piquenicar no Jardim das Portas do Sol, aproveitando para gravar uma saudação para o 1º CycleHack Lisboa que estávamos na altura a organizar.
O parque (e a zona) foi escolhido porque é dos poucos que admite animais, e a Mutthilda não podia ser deixada em casa e perder a festa, claro.
O acampamento:
O parque era simples, mas simpático de atmosfera e de staff. Tinha pouca gente, e a Mutthilda e os miúdos andavam por ali à vontade. No segundo dia ficámos por lá, deitados nas mantas e também a curtir a piscina, que soube muito bem dado o calor que estava.
Ao terceiro dia, e depois de mais um mergulho na piscina para arrefecer, e um almoço meio improvisado no restaurante do parque (já referi que foram bastante simpáticos?), fizémo-nos à estrada para regressar a Santarém e panhar o Regional de volta a Lisboa.
Optámos por sair no Oriente, e depois de andarmos a acartar bicicletas e atrelados por elevadores, escadas rolantes e escadas das outras, duas das famílias ainda se puseram a pedalar mais uns quilómetros e subir até ao [agora antigo] atelier da Cenas a Pedal para,… hmm, cenas.
Depois nós seguimos para casa, e o Bruno & família ainda continuaram, de carro, para Torres Vedras. A multimodalidade ilustrada. 🙂
Nesta viagem éramos 5 adultos, 4 crianças e 1 cão, em 5 bicicletas normais, 1 longtail, 1 tandem e 1 atrelado. Digamos que não passámos despercebidos em lado nenhum:
Não é preciso muito para criar um fim-de-semana memorável. 🙂 Nomeadamente para quem faz questão de incluir os companheiros de 4 patas nas suas excursões, este é um programa compatível.
Não começámos mal o ano de microaventuras, fizémos uma espectacular em Janeiro, com o Gonçalo (mas sem a Mutthilda) mas depois em Fevereiro e Março não conseguimos, os planos saíram furados por várias razões. Mas em Abril retomámos o comboio. 🙂
No domingo 24, véspera de feriado, saímos de casa, em Lisboa, pelas 20h30, para apanhar o comboio para Cascais. Lá, pedalámos cerca de 8 Km até à praia do Guincho. Tivémos muita sorte, estava uma temperatura amena e quase vento nenhum.
Andámos ali às voltas à procura de acessos para as bicicletas e a sondar o espaço para ver se encontrávamos um sítio simpático, seguro, adequado, sem chatear ninguém e onde ninguém nos chateasse, para pernoitarmos, bivaque style.
Não conhecíamos aquela praia, não sabíamos até onde chegava a maré, que movida nocturna haveria, etc, e depois de tudo considerado, estendemos os bivaques e afins na areia que cobria parte do deck de um barzinho de praia que se encontrava fechado.
Foi a nossa primeira microaventura sozinhos e num local relativamente perto da “civilização” e estávamos um bocado receosos de termos encontros imediatos com visitantes indesejados durante a noite. Mas correu tudo bem, não nos cruzámos com vivalma. 😛
Penso que foi um misto de factores, era só a 2ª vez que pernoitava na rua sem ser dentro de uma tenda (levámos os bivaques), estava meio com receio de haver gente a passar por ali durante a noite ou de manhã, e ainda não tinha atinado com a pressão de ar ideal para o colchão.
Mas faz parte da aventura (se for tudo muito fácil e confortável não é aventura!). E a experiência de “acordar” na praia deserta às 6 da manhã compensou tudo. 🙂
Tomámos o pequeno-almoço.
E houve sessões de frisbee com a Mutthilda. 🙂
Depois arrumámos as coisas, levando todo o lixo connosco, claro, e voltámos para Lisboa, com um desvio por Porto Salvo para almoçar com a família. Um bom uso de um feriado! 🙂
São cerca de 3 horas de viagem de comboio entre as estações de Santa Apolónia, em Lisboa, e Santa Comba Dão, no Vimieiro, no Intercidades. Óptimo para pôr coisas em dia: leitura, pensar na vida, conversas. E assim nos pomos no Km 47.5 da famosa ecopista do Dão.
É um antigo canal ferroviário transformado numa via exclusiva para peões e velocípedes com um número muito reduzido de cruzamentos com vias com trânsito automóvel. Foi uma forma de a REFER manter os canais desimpedidos, dificultando a apropriação indevida de espaços pelos proprietários dos terrenos adjacentes às linhas, e ao mesmo tempo as freguesias e municípios conseguiram uma nova infraestrutura de mobilidade, lazer, desporto e turismo.
Hoje em dia já há uma série de ecopistas pelo país (este site faz um excelente trabalho a compilar estas e outras infraestruturas do género). Mau sinal (de que estão a matar a mobilidade em comboio), por um lado, mas bom sinal (de que estão a criar algo positivo a partir daí), por outro.
Considerando a distância de Lisboa, e o peso da deslocação em qualquer plano de touring em ecopistas (em termos de despesas de transporte e de gasto de tempo), a ecopista do Dão oferece 4 coisas muito diferenciadoras:
é directamente acessível de comboio (e a ligação é directa, sem transbordos)
tem uma extensão que já enche um dia ou dois de passeio (47.5 Km, ou o dobro se fizermos ida & volta)
o piso é todo em betuminoso
and last but not least, as paisagens envolventes são lindíssimas, nomeadamente nos troços de Tondela e Santa Comba Dão
Além de alguma necessidade de manutenção do pavimento, a única coisa de monta a apontar é mesmo a ligação entre a plataforma da estação de Santa Comba Dão e o início da ecopista.
mais vale uma placa funcional do que um totem…
como é que adivinhávamos que o acesso era lá ao fundo?…
Hmm…
isto não é para qualquer um
Um degrau, uma descida inclinada em terra e pedras soltas… Parece uma anedota, tal a dissonância que gera com o resto:
De resto, claro que há espaço para melhorar, nomeadamente em termos de sinaléctica e informação para convidar os visitantes a saírem da ecopista em algumas zonas e explorarem as localidades próximas. Sem info não nos arriscamos, não sabemos se vale a pena. Há uns totens mas nem sei se funcionam, parece degradados. Bastavam uns sinais old school, umas placas (“cena-interessante-xpto a 500 mts”, “acesso à ecopista a tantos m, no final da plataforma da estação”, etc).
Levar as bicicletas no comboio
A linha de Intercidades da Beira Alta não permite o transporte de bicicleta sem ser desmontada e embalada, mas cada uma das 3 carruagens de 2ª classe que as composições costumam ter, acomoda 2-3 bicicletas convencionais apenas ligeiramente desmontadas (roda da frente e pedais removidos, e guiador virado), arrumadas ao alto. Assim:
até cabia mais uma, e até cabiam com as rodas da frente montadas…
bagagem à esquerda, bicicletas à direita
O transporte das bicicletas, desde que cumpridas as regras, é permitido e gratuito. Esta linha, tal como a do Algarve, não está equipada com suportes para transportar as bicicletas – montadas – na vertical, num espaço próprio, por isso temos que fazer isto:
antes
depois
Manga plástica (seria melhor se fosse preta / opaca, mas não havia), fita cola, e umas Rok-Straps.
Obviamente que é muito menos stressante se conseguirmos entrar na estação de partida (temos muito tempo para nos deslocarmos para a nossa carruagem e confirmar onde temos espaço para arrumar as bicicletas).
Um bilhete de ida e volta em 2ª classe, comprado com antecedência pode ficar em apenas 18 €. A carruagem mais vazia e com menos tráfego é a 23, a última/primeira. A carruagem 21 é a que pega com a carruagem-bar. Desde que não deixemos coisas de valor fáceis de levar nos bancos, dá para nos afastarmos para ir tomar um café. 🙂
carruagem-bar
um café para acordar
EDIT de 7/4/2017 | dica do João Barreto, para contornar o Intercidades Lisboa – Santa Comba Dão sem ganchos paraas bicicletas: apanhar o Intercidades Lisboa – Coimbra (com ganchos) e depois o Regional Coimbra – Santa Comba Dão (não é preciso desmontar a bicicleta, não é possível reservar lugar mas não costuma ter muita gente de qualquer modo). O tempo de viagem e o preço fica ela por ela.
As paisagens
De Santa Comba Dão para Viseu a ecopista é essencialmente a subir. O gradiente é ligeiro, mas constante, e ao fim de quase 50 Km pesa bem nas pernas! Soube muito bem fazer depois o caminho inverso a descer. 🙂
As fotos não fazem justiça. Têm que lá ir!
A microaventura
Juntando o útil ao agradável, juntámos ao passeio pela ecopista uma dormida em wild camping, para cobrir a nossa microaventura de Outubro. Já sol posto, quase totalmente escuro, metemo-nos por um caminho a partir da ecopista e montámos o estaminé no meio dos eucaliptos para pernoitarmos, sabendo que iria chover (daí o uso da tarpa por cima da tenda e das bicicletas).
pernoita no eucaliptal
vista do ‘quarto’ ao acordar
tudo abrigado da chuva
all packed and ready to go
let’s get out of here!
Correu tudo lindamente. E, claro, deixámos o espaço como o encontrámos: limpo e preservado!
Adorámos a ecopista do Dão nestes tons outonais! E tivémos a sorte de a conseguir ‘absorver’ com sol e com chuva, com calor e com “fresquinho”! Foi uma experiência verdadeiramente maravilhosa. 🙂
São um casal muito simpático, têm uma loja de bicicletas para viajantes, em Instanbul, na Turquia, e viajam equipados à altura. Conversámos bastante sobre esse tema, claro. Estávamos mortinhos por saber como é que conseguem ter uma loja assim numa cidade com uma quota modal da bicicleta 10x menor que a de Lisboa (que já é ridícula). Obviamente que viagens é diferente de transporte quotidiano, mas ainda assim. Têm a loja numa localização privilegiada, Instanbul é um ponto de passagem e de partida de expedições de muitos ciclo-viajantes, e ponto de abastecimento antes de entrar na Ásia. Foi uma interessante troca de ideias e experiências.
O plano deles era ir até ao Cabo da Roca, e assim fizeram.
Cada vez que acolhemos viajantes fazemo-lo para conhecer pessoas novas, mas também para nos cutucarmos regularmente: esta tem que ser também a nossa história, viajar de bicicleta. Serve para nos manter em cheque: what are we doing to make it happen?
Temos que lhes bater à porta um dia, em Instanbul. 🙂
Muito fixe, um infográfico de pessoas que fizeram grandes viagens em bicicleta (infelizmente não aparece lá nenhum português).
A bicicleta mais popular, a Surly Long Haul Trucker, já temos. Só falta mesmo fazermos a nossa própria viagem épica para podermos sonhar um dia aparecermos numa cena destas. 😛
O Kyrylo partilhou connosco outro vídeo de uma viagem de bicicleta que ele e a Catarina fizeram. Temos o gosto pelas viagens e pelas Surly em comum. 🙂 Se gostaram do outro, de certeza que também vão gostar deste:
Este Verão já lá vai, fica a inspiração para o próximo. 😉
O Josh e o Nero passaram uma noite em nossa casa no início de Junho, via Warmshowers. Foi assim de raspão, não era o dia ideal, e foi um pedido em cima da hora, no próprio dia, mas aceitámos de qualquer modo porque ali estava alguém que tinha largado tudo para viajar, de bicicleta, com um cão, como nós queremos fazer. 🙂
As we come to the end of a chapter. I've made this little video about some of the places I've been, the cultures I've experienced and most importantly all the amazing people I've met. Happy Thursday people, it's nearly the weekend!! Love Nero and Me xxx
Uma foto publicada por Baden Campbell (@badencycling) a
O Baden e a Shelley levaram as suas bicicletas de touring ao Bicycle Repair Man para fazer uma revisão alargada antes de viajarem para a América Latina, onde continuarão a sua viagem de regresso à Nova Zelândia, iniciada em Londres, onde ambos viveram nos últimos anos. Um nosso cliente de Aveiro, com quem este casal ficou alojado via rede Warmshowers, recomendou-lhes a Cenas a Pedal e foi assim que nos cruzámos. Tivémos oportunidade para conversar um pouco sobre como é andar de bicicleta em Lisboa e eles ficaram curiosos com a Escola de Bicicleta, pelo que acabámos por conversar mais sobre isso. A Shelley gravou um pequeno trecho da conversa para incorporar num futuro podcast. Sim, porque eles publicam um podcast sobre a viagem, ou um ‘audio travelogue‘! cujo blog geral está aqui: HAYWAY – How Are You Where Are You?. já ouvi alguns, comecei pelos feitos já em terras lusas, e gostei bastante. Foi particularmente curioso porque são os primeiros viajantes que conheço que o fazem, e porque é uma ideia que nós próprios temos entretido há algum tempo. Infelizmente não houve tempo de conversar mais – eles partiam na manhã seguinte, de comboio, para Madrid, mas queria perguntar-lhes como era a produção do podcast, quanto tempo levam a produzir cada episódio, que ferramentas usam, etc. Entretanto já percebi que pelo menos o Baden trabalhou na área da rádio, e têm ambos profissões relacionadas com jornalismo / comunicação, pelo que é mais fácil perceber a opção, e a qualidade do podcast.
Deixou-me com determinação redobrada em incorporar um podcast na nossa viagem!
Em meados de Maio fizémos outra S24O, até Manique do Intendente, na Azambuja. A ideia era repetir mais ou menos um passeio que tínhamos feito em 2013, quase 2 anos antes, mas agora com duas diferenças: 1) a Mutthilda ia connosco, e 2) acamparíamos para pernoitar e regressaríamos no dia seguinte. Iríamos testar mais uma vez este conceito (S24O com um cão), mas num registo mais light, pois apenas teríamos que acampar para pernoitar, as refeições seriam com a família, na Herdade da Hera.
Arrancámos de Lisboa na 2ª-feira à tarde (atrasados, mas lá conseguimos sair!), apanhámos o comboio na estação de Roma-Areeiro – perdemos algum tempo devido à má sinalização, não dá para ir cá por cima, pois o acesso à plataforma é só por escadas, tivémos que andar para trás e dar a volta por fora, pela R. Frei Miguel Contreiras. Mas conseguimos apanhar o comboio, ufa! Fomos no Urbano até à Azambuja.
Eu arrumei a minha LHT no espaço para as cadeiras de rodas e bicicletas. O Bruno, como trazia um Wideloader na Big Dummy, tornando-a mais larga, ficou um bocado entalado sem conseguir rearrumar a bicicleta uma vez já dentro da carruagem. Mas as pessoas foram à volta, não houve crise. A única chatice é que não deu para irmos confortavelmente sentados, íamos a cuidar das bicicletas e de garantir que as pessoas passavam quando era preciso.
Quando chegámos à estação da Azambuja, até tivémos sorte, os eledadores estavam a funcionar. Mas são pequenos, pelo que tivémos que tirar a caixa transportadora da Mutthilda de cima do deck para a poder colocar, ao alto, no elevador. Depois mandei a Mutthilda, na caixa, e depois fui eu, também com a bicicleta ao alto. Já prestes a fazermo-nos à estrada, à saída da estação, apercebemo-nos de que estava um vento do caraças. Nesse aspecto não podíamos ter escolhido pior dia… Mas era o dia que tínhamos disponível, e já ali estávamos, por isso, suck it up and let’s go!
Apanhámos a N3, berma larga e com bom pavimento – sabiam que agora é legal usar a berma? Não é obrigatório, mas sempre que a berma é uma melhor opção que a faixa de rodagem, somos livres de a usar legalmente.
Infelizmente, a maior parte dos condutores não foi actualizado nem no novo Código da Estrada, nem na boa educação básica, quase nenhum abrandou e/ou se afastou particularmente de nós ao passar-nos. Podiam fazê-lo porque o CE assim o dita (abrandar e dar pelo menos 1.50 m de distância lateral de segurança), mas também por uma questão de respeito (reduzir o impacto que a deslocação do ar e o ruído têm sobre quem está fora do carro, em termos de conforto mas também de segurança, e, claro, a distância lateral suficiente para, se eu cair, ninguém me passar por cima sem querer… Mas pronto, foi pacífico e confortável o suficiente.
Uns 25 Km depois, e muuuuitoooooo vento, mas por estradas tranquilas e quase sem tráfego (depois de sairmos da N3) chegámos finalmente à Herdade da Hera, já caíra a noite.
Montar a tenda já de noite e no meio da ventania foi um teste útil. A nossa tenda porta-se bem nestas condições. Mas fazer aquilo de noite relembrou-nos a importância de investirmos numas luzes frontais, daquelas presas a umas bandas elásticas que colocamos na cabeça, ficando com a luz apoiada na testa. Essa compra entretanto já foi feita, embora ainda falte usá-las – temos que fazer mais uma S24O rapidamente!
Jantámos com a família e depois lá fomos dormir. Aprendemos mais uma coisa importante: levar connosco tampões para os ouvidos, teriam sido úteis numa noite de tanto vento. Mas haverão concerteza outras situações onde poderão ser úteis: se dormirmos num sítio onde se oiça o trânsito automóvel numa qualquer auto-estrada, ou os aviões num aeroporto, ou gente mal-educada num parque de campismo (como aconteceu nesta outra viagem), ou tivermos mesmo muito azar a escolher um sítio para pernoitar (como aconteceu à Kiri e ao Dan).
A ideia era dormir até o sol começar a bater na tenda (aí começa a ficar quente demais), afinal era “domingo”.
A Mutthilda dorme na caixinha, coberta por uma capa para a chuva, abrigada debaixo de uma das “asas” da tenda.
Ainda antes de nos levantarmos, soltámo-la, para que pudesse ir brincar e tratar do business dela. E queríamos só mais uns minutos de ronha. Mas ela tinha ideias diferentes. E meteu-se em cima de nós, por fora do compartimento da tenda mas por baixo da parte superior, para se proteger do sol, mas ficar “em cima de nós”. Sacaninha. Lá tivémos mesmo que nos levantar.
Levantámo-nos e, depois de tomar o pequeno-almoço, fomos dar uma volta pela Herdade, ver as vistas, conhecer os novos residentes e hóspedes. Cavalos, póneis, porcos, cabras, galinhas, etc.
A Mutthilda gosta muito da vida no campo, andar à vontade ao ar livre, sem trela, apanhar sol, ir meter-se com os outros animais. É uma animação. 🙂
Depois de passearmos e vermos as novidades da Herdade, voltámos à tenda para arrumar o estaminé antes de almoçarmos.
À tarde pusémo-nos de regresso a Lisboa. Desta vez dirigimo-nos para a estação de Santana-Cartaxo. À parte esta subida, feita a 5-6 Km/h, com a Mutthilda a dormitar, foi um percurso mais suave, e [10 Km] mais curto.
Da próxima vez que fizermos isto apanhamos o comboio Regional validando o Zapping (deve ficar 1.80 €), pagando depois o excesso para o Cartaxo, após passar a Azambuja. É a fórmula mais rápida, simples e barata. Quando regressamos, compramos o bilhete a bordo, dado que não há máquinas nem bilheteiras na estação de Santana-Cartaxo. Os Comboios regionais têm um espaço mais adequado para levar as bicicletas, embora aquele poste no meio da zona das portas estrague a manobrabilidade das bicicletas.
Este é um percurso e um destino interessante e bastante fácil de fazer no contexto de uma S24O. A Herdade da Hera tem estado em modo ‘soft opening‘. Entrem em contacto com eles para inquirir das condições a nível de campismo e alimentação, consoante a data da vossa S24O.