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sleeping on top of a hill

Dormir no topo de um monte: double check!

“E que tal dormir no topo de um monte?” Foi esta a pergunta para Julho pensando no nosso “year of microadventure

No início de Julho regressámos à Herdade da Hera, em Manique do Intendente, na Azambuja, para nova S24O. Mas se da outra vez levámos tenda e acampámos a meio da encosta (e apanhámos uma ventania nesse dia), desta vez levámos os bivaques e fomos para o topo.

A noite estava calma, sem vento, e a temperatura estava óptima.

dormir no topo de um monte

Para mantermos um certo isolamento de criaturas rastejantes, dormimos com uma rede mosquiteira a “tapar” a abertura do bivaque. Funcionou muito bem, mesmo sem o truque de a combinar com um boné de pala.

A Mutthilda é o nosso despertador.

mutthilda

Tomar o pequeno-almoço “na cama”, e com esta vista, é um luxo. 🙂

tomar o pequeno almoço no topo de um monte

Para chegar aqui vindos de Lisboa apanhamos o comboio Regional (cerca de 1h de viagem), e depois pedalamos cerca de 1h30 para fazer os 15 Km de caminho. A paisagem é campestre e verde, e apanhamos pouco trânsito automóvel (pelo menos a um domingo!).

panorama na Herdade da Hera

Um sítio bike-friendly e dog-friendly, onde se pode acampar.

bicicletas e cães na Herdade da Hera

Da próxima vez procuraremos uma rota alternativa de regresso, e adicionamos isto depois ao leque de passeios da Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal. 🙂

Fazer uma S24O, ou uma microaventura, não tem que ser nada complicado. Mesmo um programa simples é revigorante!

Microaventura de Abril: uma S24O até ao Guincho

Não começámos mal o ano de microaventuras, fizémos uma espectacular em Janeiro, com o Gonçalo (mas sem a Mutthilda) mas depois em Fevereiro e Março não conseguimos, os planos saíram furados por várias razões. Mas em Abril retomámos o comboio. 🙂

No domingo 24, véspera de feriado, saímos de casa, em Lisboa, pelas 20h30, para apanhar o comboio para Cascais. Lá, pedalámos cerca de 8 Km até à praia do Guincho. Tivémos muita sorte, estava uma temperatura amena e quase vento nenhum.

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Andámos ali às voltas à procura de acessos para as bicicletas e a sondar o espaço para ver se encontrávamos um sítio simpático, seguro, adequado, sem chatear ninguém e onde ninguém nos chateasse, para pernoitarmos, bivaque style.

Não conhecíamos aquela praia, não sabíamos até onde chegava a maré, que movida nocturna haveria, etc, e depois de tudo considerado, estendemos os bivaques e afins na areia que cobria parte do deck de um barzinho de praia que se encontrava fechado.

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Foi a nossa primeira microaventura sozinhos e num local relativamente perto da “civilização” e estávamos um bocado receosos de termos encontros imediatos com visitantes indesejados durante a noite. Mas correu tudo bem, não nos cruzámos com vivalma. 😛

Para quem vive em Lisboa é uma microaventura fácil e barata. E para nós foi a primeira vez que pernoitámos numa praia.

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Não dormi nada. 🙂

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Penso que foi um misto de factores, era só a 2ª vez que pernoitava na rua sem ser dentro de uma tenda (levámos os bivaques), estava meio com receio de haver gente a passar por ali durante a noite ou de manhã, e ainda não tinha atinado com a pressão de ar ideal para o colchão.

Mas faz parte da aventura (se for tudo muito fácil e confortável não é aventura!). E a experiência de “acordar” na praia deserta às 6 da manhã compensou tudo. 🙂

Microaventura Abril 2016 | S24O @ praia do Guincho

Tomámos o pequeno-almoço.

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E houve sessões de frisbee com a Mutthilda. 🙂

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Depois arrumámos as coisas, levando todo o lixo connosco, claro, e voltámos para Lisboa, com um desvio por Porto Salvo para almoçar com a família. Um bom uso de um feriado! 🙂

O tempo não é ilimitado, não fiques em casa

Pensar na nossa vida em número de anos não nos diz muita coisa. É mais útil, e esclarecedor, pensar em número de Verões, ou Invernos, em número de dias por passar com quem amamos, em número de concertos das nossas bandas favoritas, em número de edições dos eventos de que mais gostamos, etc.

E depois, perceber que o tempo é limitado, e que temos que o fazer contar. Com uma S24O aqui e ali, por exemplo. 🙂

Primeira S24O!

O Pedro (Velocorvo), convidou-nos para um S24O a meio de Abril e nós aceitámos prontamente! Para nós foi a primeira experiência neste formato, e a primeira vez a fazer campismo selvagem, mas o Pedro é um habituée e levou-nos para um seu local de eleição, no meio de umas rochas na serra de Sintra.

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Para nós não é fácil conjugar coisas destas com outras pessoas dado que o nosso fim-de-semana (2ª e 3ª) não coincide com o fim-de-semana normal da maior parte das pessoas (sábado e domingo). Mas desta vez deu para juntarmos 6 pessoas, com o plano de sairmos de Lisboa a meio da tarde de Domingo (o que permite conjugar a volta com o nosso trabalho de manhã na escola), e regressarmos a Lisboa ao final da manhã de 2ª-feira.

Para isso foi fundamental a co-modalidade com o comboio, que apanhámos para lá e para cá.

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Apanhámos o comboio em Campolide, outros no Rossio, outros em Benfica, e saímos na última estação, em Sintra. Depois de todos juntos, arrancámos, pois tínhamos uma serra para subir.

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Chegámos ainda com tempo de montar o estaminé com luz do dia. Ficou apertado, mas coubémos todos.

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A Mutthilda foi connosco, claro. E o A. levou o gira-discos, o que deu um toque especial à experiência. 🙂

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Antes e depois do jantar subimos à rocha para apreciar a vista. O pôr-do-sol primeiro, e as estrelas depois.

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O jantar incluiu massa instantânea, cogumelos, queijo, paté, folhados caseiros, chá, etc. Comida não faltou.

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Depois de uma noite com um momento de emoção em que a S. se afastou para atender a uma chamada da natureza, caiu e se desnorteou momentaneamente para encontrar o caminho de volta sozinha, começando a gritar por ajuda, acordámos frescos. Tomar o pequeno-almoço na serra, na manhã seguinte, foi também muito bom.

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Depois de voltarmos a arrumar tudo, lá saímos da “caverna” a meio da manhã, para regressar à civilização.

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A parte mais positiva dessa perspectiva é que o que sobe (no dia anterior) tem que descer. 🙂

Mas o melhor é verem o vídeo. 🙂

Este é mesmo um belo formato de escapadinha. Gostámos muito e é para repetir!

O que é uma S24O?

S24O [lê-se ésse-tu-fór-ou], é uma abreviatura para “Sub-24hour-Overnight“, um tipo de campismo de bicicleta promovido por Grant Petersen da Rivendell Bicycle Works como uma forma fácil de passar mais tempo lá fora numa bicicleta. Ao contrário do touring convencional, a s24o incentiva a fazer viagens curtas (sub-24horas) de campismo. A lógica é que se for curta e descomplicada, é mais fácil de organizar e mais fácil de fazer acontecer. Só se leva a bicicleta e o equipamento necessário.

Fonte: Wikipedia

O aspecto de uma s24o é isto.

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Fonte: Rivendell Bicycle Works

Uma s24o ocupa menos de 24 horas, o que significa que dá perfeitamente para sair ao fim da tarde de sábado e estar de volta a tempo do almoço de domingo, ou seja, dá-nos tempo para tratarmos dos nossos afazeres domésticos e dos nossos compromissos familiares de fim-de-semana, e ainda assim encaixar uma microaventura de bicicleta, pedalar e passar algum tempo num ambiente natural. A Laura e o Russ explicam com um exemplo:

A outra grande vantagem é que, como é uma coisa de um dia para o outro, o equipamento e mantimentos necessários são reduzidos ao mínimo, ou seja, vamos mais leves, e não temos que perder muito tempo em preparações, nem preocuparmo-nos por não termos todo o equipamento ou o equipamento “certo” – é só um dia, desenrascarmo-nos-emos, amanhã de manhã estaremos de volta a casa. Para quem tem crianças pequenas, isto torna também mais fácil levá-las!

Finalmente, estas s24o permitem-nos ir fazendo testes simples e fáceis: testar a bicicleta, testar a tenda, o fogão, a arrumação, a roupa que usamos, o planeamento das rotas, a experiência em si e nós próprios! Ou seja, vamos facilmente afinando preferências e optimizando processos, tornando mais fácil metermo-nos em viagens maiores, ou mesmo grandes viagens.

As s24o, assim promovidas desde 2005 por Grant Petersen, acabam por ser também um sub-conjunto das microaventuras promovidas pelo Alastair Humphreys desde 2011.

Digam lá, não acham que também merecem um pouco disto? 😉

Ofensiva Primaveril de Microaventura

Problema:
Demasiado ocupado com o trabalho; amigos dispersos e longe?
Sem tempo para desfrutarem juntos?

Solução:
Encontrarem-se num monte.

 

É impossível não querer fazer o mesmo, não é? 🙂

Sim, este exemplo nem envolve bicicleta, mas pode (embora não seja esse o detalhe mais importante). Acho-o apelativo pela experiência em si mesma, mas também porque é um pequeno “degrau” na incursão em outras aventuras, nomeadamente em bicicleta, claro. Foi o primeiro exemplo de que falei, quando partilhei este fantástico projecto do Alastair Humphreys, e parece-me dos mais simples, mas giros à mesma. 🙂

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Alguém tem sugestões de sítios destes, perto de Lisboa, bons para bivacar? 🙂

Microaventuras

Aventura é apenas um estado de alma.

Acredito que aventura é esticares-te a ti próprio: mentalmente, fisicamente ou culturalmente. É sobre fazer o que normalmente não fazes, puxares a sério por ti e fazê-lo até ao melhor das tuas capacidades.

Se isto é verdade então aventura está à nossa volta, a todo o momento. Aventura é acessível a pessoas normais, em sítios normais, em curtos segmentos de tempo e sem ter que gastar muito dinheiro.

Aventura é apenas um estado de alma.

É por isso que inventei a ideia de microaventuras. Expedições e desafios simples que são próximos de casa, baratos e fáceis de organizar. Ideias desenhadas para encorajar pessoas comuns para Sair Lá para Fora e Fazer Cenas por elas próprias, mesmo nestes tempos de aperto financeiro. 

[…]

Podem ser pequenas mas as microaventuras podem ainda assim ser desafiantes e compensadoras. Cada uma é desenhada para inspirar outros a definir os seus próprios desafios, desafios que podem ser curtos mas que captam o espírito de aventura.

Este é o objectivo das minhas microaventuras.

Alastair Humphreys

Microadventure calendar

Para nós Janeiro já não deu, vamos ver se conseguimos arrancar com isto de 1 microaventura por mês em Fevereiro. 🙂

Uma que parece bastante fácil, e simples, é esta: apanhar um comboio para fora da cidade, subir um monte e passar lá a noite. Regressar na manhã seguinte.

Microadventure 3: Sleep on a Hill from Alastair Humphreys on Vimeo.

A energia de activação disto é alta, o próprio Alastair refere isso. Pelo que conseguir vencer a inércia, os medos, os preconceitos, e ir a 1ª vez é o passo mais importante e mais difícil, a partir daí a coisa rolará melhor, e é importante é manter o ritmo!

Porque um pouco de aventura boa só faz é bem! 🙂 Vamos *escolher* alocar tempo para ela.